Caso de Vanessa Riccardi gera comoção e reforça a necessidade de denunciar agressões antes que seja tarde

O brutal assassinato da jornalista Vanessa Riccardi, de 39 anos, na Capital, gerou forte comoção nas redes sociais e trouxe à tona, mais uma vez, a urgência do combate à violência doméstica. A profissional foi esfaqueada três vezes no peito pelo ex-noivo, Caio Nascimento, e não resistiu aos ferimentos, falecendo na noite da última quarta-feira (12) na Santa Casa. A confirmação da morte veio por meio de amigos em um grupo de WhatsApp, por volta das 23h55.
O crime, que chocou o Mato Grosso do Sul, motivou uma onda de homenagens à vítima, principalmente de mulheres que alertaram sobre a importância de reconhecer os sinais da violência doméstica e denunciar antes que se torne um feminicídio. Em Camapuã, a repercussão não foi diferente: diversas postagens nas redes sociais lamentaram a morte da jornalista e destacaram a necessidade de enfrentar esse problema social.
A realidade da violência contra a mulher no município é alarmante. Apenas entre janeiro e 13 de fevereiro deste ano, Camapuã já registrou 5 casos de violência doméstica. Esse número representa apenas as mulheres que tiveram coragem de procurar a polícia, sem contar aquelas que, por medo ou outras circunstâncias, ainda não denunciaram seus agressores.

Um desses casos ocorreu no dia 1º de fevereiro, na Vila Industrial, quando uma mulher de 29 anos, grávida, foi enforcada até desmaiar pelo ex-marido, de 28 anos. O agressor descumpriu uma medida protetiva ao invadir a residência da vítima, aproveitando a presença da própria mãe no local para entrar. Segundo o boletim de ocorrência, ele agarrou a ex-companheira pelo pescoço e a esganou até que ela perdesse a consciência.
A vítima só não sofreu consequências mais graves porque foi socorrida pela sogra, que conseguiu afastar o filho e mandá-lo embora. Assim que recobrou os sentidos, a mulher acionou a Polícia Militar pelo 190. O agressor foi preso e apresentava sinais visíveis de embriaguez.
O feminicídio é o desfecho mais trágico da violência doméstica, mas sinais de agressões verbais, psicológicas e físicas costumam aparecer antes. Especialistas reforçam que é fundamental buscar ajuda e denunciar os agressores para evitar que casos como os de Vanessa e da moradora de Camapuã se repitam.
Se você ou alguém que conhece está em uma situação de violência, denuncie. Em casos de emergência, ligue 190.