Animais pertenciam à mesma ninhada e apresentaram sinais precoces da doença

Três jacarés morreram recentemente no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, e um laudo técnico assinado pelo médico veterinário responsável, Edson Pontes Fernandes, aponta que a causa mais provável foi DRC (Doença Renal Crônica) de origem genética. Os animais pertenciam à mesma ninhada e começaram a apresentar sinais precoces da doença, como letargia, perda de apetite, desidratação e alterações neurológicas.
De acordo com o laudo, a DRC é uma enfermidade degenerativa e progressiva, frequentemente diagnosticada em répteis mantidos sob cuidados humanos, especialmente em animais mais velhos. No caso dos jacarés-do-pantanal (Caiman yacare), a saúde dos rins depende de fatores como boa termorregulação, hidratação adequada e alimentação balanceada.
Os animais afetados recebiam os mesmos cuidados que os demais do plantel. “Compartilhavam o mesmo ambiente, alimentação e condições físico-químicas da água”, afirma o veterinário. A restrição do quadro clínico a três animais de uma mesma linhagem reforça a hipótese de origem congênita, com base genética – condição já descrita em várias espécies exóticas e domésticas.
A necropsia revelou sinais avançados da doença, incluindo fibrose renal e acúmulo de urato (sal orgânico) nos órgãos internos, conhecida como gota visceral. Ainda segundo Fernandes, enfermidades renais hereditárias geralmente surgem de forma precoce, são progressivas e apresentam baixa resposta ao tratamento, como observado no caso.
Em nota enviada à imprensa, o Governo do Estado reforçou que o Bioparque adota protocolos rigorosos de manejo, segurança e bem-estar. Os jacarés são alimentados três vezes por semana com dieta variada e nutritiva, composta por carnes, peixes e formulações especiais elaboradas pela equipe de nutrição.
Recentemente, a troca de plantel introduziu jacarés juvenis – realizada com um criador local, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento e comportamento reprodutivo dos animais em ambiente controlado. A iniciativa faz parte da estratégia de conservação e aprimoramento técnico adotada pelo Bioparque. As demais espécies do recinto seguem sendo monitoradas e não apresentaram alterações clínicas semelhantes.
Fonte: CampoGrande News