Com hospitais lotados e vírus respiratórios em alta, 41 crianças e 200 adultos seguem internados de forma improvisada nas UPA

Diante do colapso no sistema de saúde de Campo Grande, agravado pela alta de doenças respiratórias, a Prefeitura anunciou nesta segunda-feira (5) a contratação emergencial de 62 leitos hospitalares. As novas vagas de internação serão abertas no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Hospital Adventista do Pênfigo e Hospital São Julião — todos com contratos vigentes com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para atendimento via SUS.
Segundo a secretária de Saúde, Rosana Leite, a medida busca desafogar a demanda crescente por internações, que já supera a capacidade dos hospitais da Capital desde março. “A quantidade ainda é insuficiente, mas foi o que conseguimos até agora. Fizemos várias tentativas com outras instituições, mas não tivemos retorno positivo”, afirmou.
A crise atinge principalmente o público infantil. Apesar do esforço da Prefeitura, os novos leitos serão exclusivos para adultos, já que nenhum dos hospitais consultados conseguiu oferecer vagas para crianças ou bebês — que, segundo a Sesau, estão sendo os mais atingidos neste ano pelas doenças respiratórias.
A tentativa de ampliar leitos percorreu todas as esferas: primeiro, os hospitais públicos como o Hospital Regional e o Hospital Universitário foram consultados, mas recusaram por falta de capacidade. A negativa se repetiu entre os filantrópicos, e por fim também entre os privados, como a Unimed e a Cassems. Apenas os três hospitais agora contratados aceitaram.
A ativação dos novos leitos ainda depende da autorização formal do Governo do Estado, informou a Sesau.
Enquanto isso, a situação continua crítica. Desde o decreto de emergência publicado em 26 de abril, todos os leitos disponíveis na cidade estão ocupados. Atualmente, 41 crianças e cerca de 200 adultos com indicação de internação seguem sendo tratados em estruturas improvisadas nas UPAs.
Havia expectativa de que a Santa Casa de Campo Grande pudesse ampliar a oferta de leitos infantis, mas a instituição também respondeu negativamente à solicitação da Prefeitura.
“A falta de leitos é uma doença crônica em Campo Grande e no Mato Grosso do Sul”, desabafou a secretária Rosana Leite.
F0nte:Campo Grande News