Familiares relatam dor e demora no atendimento em meio a atrasos salariais de médicos e enfermeiros

Uma mulher de 40 anos, vítima de agressão na quinta-feira passada (4), continua internada na Santa Casa de Campo Grande com os dois braços quebrados e fortes dores, aguardando cirurgia que já foi remarcada várias vezes pela equipe médica.
Segundo relato da filha, que veio de Cuiabá para acompanhar a mãe, a vítima está há dias em jejum à espera do procedimento, mas os médicos cancelam a operação e voltam a liberar a dieta. “Tem três dias colocando ela em dieta zero e não faz a cirurgia. Hoje liberaram de novo a comida dela, mas a cirurgia não aconteceu. Ela sente muitas dores e estamos muito preocupadas”, afirmou.
A família denuncia que a demora estaria relacionada à falta de pagamento dos profissionais da saúde. “Os médicos estão há seis meses sem receber e as enfermeiras também estão com salários atrasados. Por conta disso, as cirurgias estão demorando muito. Já vimos pessoas esperando até oito dias”, disse a filha, relatando ainda que há pacientes aguardando desde 17 de agosto.
Ela contou que a mãe sofreu múltiplas fraturas nos braços e nas costelas, além de ferimentos na cabeça e hematomas pelo corpo. “Ela não consegue se mexer e chora de dor. Está na enfermaria desde quinta-feira e não nos dão previsão de cirurgia. Uma senhora ao lado dela também está há oito dias esperando atendimento”, completou.
A Santa Casa foi questionada sobre a situação da paciente e a demora na realização da cirurgia, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
Relembre o caso
Na quinta-feira passada (4), a mulher foi sequestrada e agredida por duas irmãs no Jardim Itamaracá, em Campo Grande. Segundo a Polícia Militar, a vítima foi forçada a entrar em um carro e torturada com um porrete durante o trajeto, sob acusação de ter furtado um celular que, mais tarde, foi encontrado no próprio veículo das suspeitas.
Ela foi abandonada na Rua João Paulo I e socorrida pelo Samu até a Santa Casa, onde deu entrada consciente, mas desorientada, com lacerações, fraturas e suspeita de concussão. O caso foi registrado na Depac Cepol como sequestro e lesão corporal dolosa.
Fonte: Topmidia News