Silvio Mori, que estudou e morou em Camapuã, relata sua experiência no Japão e alerta sobre o risco de um megaterremoto que pode matar 300 mil pessoas e ser um dos piores desastres naturais da história do país

Silvio Mori, correspondente internacional da TV Cultura há cinco anos, tem uma forte ligação com Camapuã, cidade onde viveu por muitos anos. Embora não seja camapuanense de nascimento, ele estudou na Escola Abadia e no colégio Monteiro Lobato, morou nos bairros BNH, Centro e Vila São Miguel, e construiu amizades que cultiva até hoje. Agora, vivendo no Japão, ele acompanha de perto a ameaça de um megaterremoto devastador, que pode matar até 300 mil pessoas e causar um prejuízo estimado em R$ 10 trilhões. O risco vem sendo estudado há décadas, mas, segundo Mori, não há como prever quando acontecerá.
“Esse megaterremoto, ouço sobre ele há mais de 20 anos. Mas é algo que não dá para prever, mesmo com toda tecnologia do Japão. Assim como não conseguiram prever o tsunami de 2011 e o de Ishikawa, no primeiro dia de 2024.”

O Japão é um dos países mais propensos a terremotos do mundo. O governo japonês prevê uma chance de 80% de um tremor de magnitude entre 8 e 9 ao longo da Fossa de Nankai, uma zona sísmica que já registrou megaterremotos a cada 100 ou 200 anos nos últimos 1.400 anos. O último ocorreu em 1946.
Mori já passou por diversos terremotos e relata como é viver em um país onde o chão pode tremer a qualquer momento.
“Eu já senti vários terremotos aqui… Esse mesmo de 2024, de Ishikawa, eu estava na província ao lado.”
Apesar da tecnologia avançada, o Japão ainda não consegue alertar a população com tempo suficiente antes de um tremor.
Registros de terremos que Silvio presenciou. Imagem/Arquivo pessoal
“Existe um sistema de alerta nos celulares, mas ele pode ser acionado de 1 a 30 segundos antes do terremoto. No entanto, nunca vi isso acontecer antes do tremor, sempre é acionado depois.”
Mesmo com o risco constante, ele mantém a tranquilidade e a preparação.
“Morando aqui há muitos anos, sabendo que os terremotos acontecem, eu deixo na porta de casa uma sacola de emergência, principalmente com meus documentos. Mas não fico com isso na cabeça nem como uma preocupação diária.”
O correspondente da TV Cultura segue acompanhando de perto a situação e reforça a necessidade de cautela diante das previsões alarmantes.
Apesar da distância, Mori segue mantendo seus laços com Camapuã e pretende voltar ao Brasil em breve.

“Tenho um carinho especial por Camapuã. Morei lá na adolescência, período em que construímos as melhores amizades, que perpetuam até os dias atuais. Tive a prova da reciprocidade quando fui candidato a deputado estadual, pois Camapuã foi a cidade do interior onde mais tive votos.”
O possível megaterremoto no Japão é um alerta sobre os riscos da natureza, mas também um lembrete de como a vida pode mudar em segundos. Enquanto isso, Silvio Mori segue firme em sua missão de informar o mundo, carregando consigo a história e o carinho por Camapuã.