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MS lidera violência contra idosos no país, com alta entre negros e dentro da família

Atlas da Violência 2025 mostra crescimento de mais de 140% em casos na última década e expõe desigualdade racial no atendimento a vítimas

Imagem/Redes Sociais

Mato Grosso do Sul ocupa o topo do ranking nacional de violência interpessoal contra idosos, segundo o Atlas da Violência 2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O levantamento revela que o Estado lidera as notificações de agressões dentro de casa, entre familiares, amigos ou pessoas próximas.

Com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o estudo aponta que, em 2023, foram registradas 312,9 notificações por 100 mil habitantes em MS — uma alta de 20% em relação a 2013, quando eram 260,7 casos. Só entre 2022 e 2023, o crescimento foi de 60,5%.

Imagem/IBGE

A definição usada segue o critério da OMS (Organização Mundial da Saúde), que considera violência contra idosos qualquer ato ou omissão, único ou repetido, que ocorra em uma relação de confiança e cause dano físico ou emocional à pessoa idosa.

Além da violência interpessoal, o Estado também aparece entre os primeiros colocados nas taxas de lesões autoprovocadas notificadas entre idosos: foram 25,9 casos por 100 mil habitantes em 2023, colocando MS na 7ª posição do país — atrás de estados como Ceará (114,3) e Roraima (62,2).

Desigualdade racial agrava o cenário

Os dados revelam também uma preocupante desigualdade racial no perfil das vítimas. No Brasil, homens idosos negros tiveram quase o dobro de internações por agressão em relação aos não negros (19,3 contra 9,1 por 100 mil). Em Mato Grosso do Sul, essa diferença é ainda mais evidente: 34,1 internações entre homens negros, contra 15,5 entre os não negros.

A disparidade se repete entre as mulheres: 4,1 internações entre idosas negras, quase o dobro das 2,1 registradas entre não negras.

O estudo ressalta que esses dados são baseados em registros do sistema de internações hospitalares do SUS, o que pode gerar subnotificações ou distorções. Ainda assim, os números escancaram uma realidade preocupante: a combinação entre envelhecimento, racismo estrutural e falta de suporte institucional torna a população idosa negra mais vulnerável.

“Ao considerar a população idosa como um bloco homogêneo, sem recortes de raça ou gênero, o Estatuto da Pessoa Idosa falha em enxergar as diferentes formas de violação de direitos”, conclui o levantamento.

Fonte:Campo Grande News

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