Na estreia da série “As Vozes de Camapuã”, o Navega MS conta a história de Gilmar de Oliveira, comunicador que há décadas informa, emociona e acompanha o povo camapuanense

“Enquanto Deus me der voz, saúde e coragem, estarei no microfone.”
A frase dita por Gilmar de Oliveira resume uma vida inteira dedicada ao rádio e à comunidade camapuanense. Na estreia da série especial “As Vozes de Camapuã”, o Navega MS mergulha na história de um dos locutores mais respeitados e ouvidos da cidade — uma voz que atravessa gerações, porteiras e corações.
Nascido e criado em Camapuã-MS, Gilmar conhece cada rua e cada canto da cidade. Filho de família humilde, sua infância foi marcada pela simplicidade e pela curiosidade que o levou a se encantar pelos sons que saíam do rádio.
“Desde pequeno eu gostava de microfone, de ouvir rádio, de imitar os locutores. Aquilo me encantava. O som da voz no rádio tinha um poder mágico, que chegava longe, atravessava porteiras, cercas e levava notícia, música e alegria”, lembra.
O primeiro passo rumo ao sonho aconteceu em 1986, na FM Cidade, quando Gilmar, nervoso, enfrentou seu primeiro momento no ar.
“Eu tremia igual vara verde, mas quando acendi aquela luzinha vermelha do ‘no ar’, me deu um frio na barriga, respirei fundo e fui. E a partir daquele momento eu entendi que aquela seria minha missão. E o nervosismo virou paixão.”
Desde então, são décadas de dedicação ao rádio local, com uma rotina que começa cedo, ouvindo as ruas, observando a cidade e se conectando com o sentimento do povo.
“Quem faz rádio de verdade tem que ouvir o povo e sentir o que ele precisa ouvir naquele dia”, afirma.
Gilmar não se vê apenas como uma voz. Ele se entende como um amigo da casa, presente no rádio da cozinha, no som do carro, na lida do campo, nos momentos de silêncio e de festa.
“Eu não sou só uma voz no rádio, eu sou aquele amigo que tá dentro da casa do povo. Teve vez de gente me abraçar na rua e dizer: ‘Você me salvou da depressão, Gilmar, ouvindo você todo dia.’”
O carinho do público não vem à toa. Gilmar fala com respeito, sente junto, especialmente nos momentos mais difíceis, quando precisa dar notícias tristes à comunidade.
“Não é fácil. A gente sente, a gente sofre junto. Eu procuro ter respeito, empatia e passar a informação de forma que não machuque mais do que já está machucado.”
Para o público rural, o rádio ainda é essencial — e Gilmar sabe disso.
“O rádio nunca deixou de ser companhia do homem do campo. Seja no curral, na estrada, o rádio tá lá firme. E eu me sinto honrado de fazer parte desse elo.”
Ao longo da carreira, Gilmar viveu muitos momentos marcantes, mas um deles sempre se destaca: quando a comunidade se mobiliza.
“O que mais me marcou sempre foi quando a gente conseguia, através do microfone, mobilizar o povo pra ajudar quem tava precisando. Isso não tem preço.”
Mesmo com o avanço das redes sociais e das novas plataformas, Gilmar acredita no futuro do rádio com otimismo.
“O rádio nunca vai acabar, ele se reinventa. Tá no celular, no aplicativo, no YouTube. A voz do rádio ainda é a companhia mais fiel que existe.”
E para os ouvintes que o acompanham dia após dia, ele deixa um recado sincero, com a mesma simplicidade e força de quem vive com o coração no microfone:
“Quero agradecer de coração a cada ouvinte. E dizer que enquanto Deus me der voz, saúde e coragem, estarei no microfone, levando alegria, informação, amor e fé. Nunca percam a esperança, porque dias melhores sempre vêm.”
Parabéns, meu primo!
Que Deus te abençoe e te dê saúde e forças para continuar por muitos e muitos essa paixão!
Abraço!