Com a Ponte Binacional 60,7% concluída, integração econômica entre Atlântico e Pacífico se torna cada vez mais realidade
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Por Kelly Ventorim
O Brasil está prestes a dar um grande salto no comércio internacional com a concretização do Corredor Bioceânico de Capricórnio. A rota, que ligará Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, passando pelo Paraguai e Argentina, promete transformar a logística da exportação brasileira, encurtando distâncias e ampliando oportunidades para a economia nacional.
O avanço das obras é significativo: a Ponte Binacional sobre o Rio Paraguai, estrutura fundamental para a integração da rota, já ultrapassou os 60,7% de conclusão e segue com previsão de entrega para o primeiro trimestre de 2026. A ponte terá 1.294 metros de comprimento e 29 metros de altura sobre o rio, conectando diretamente Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai).
Além da ponte, o Governo de Mato Grosso do Sul e a União estão investindo fortemente na infraestrutura necessária para garantir o pleno funcionamento da Rota Bioceânica. Entre os principais projetos, estão a pavimentação de 13 km da BR-267 para acesso à ponte, a construção de um centro aduaneiro e a reativação da hidrovia do Rio Paraguai, com incentivos para novos operadores logísticos.
Rota Bioceânica: Um Novo Caminho para o Comércio Exterior
A Rota Bioceânica é mais do que uma estrada; é um novo eixo logístico para o Brasil. Hoje, grande parte das exportações brasileiras segue pelos portos do Sudeste, enfrentando longos trajetos até os mercados asiáticos. Com a nova rota, o tempo de transporte de mercadorias para países como China, Japão e Índia será reduzido em até 17 dias, tornando os produtos brasileiros ainda mais competitivos no cenário global.
Mato Grosso do Sul, por sua localização estratégica, se tornará um dos grandes protagonistas desse novo corredor comercial. A expectativa é que setores como o agronegócio, a indústria e o comércio sejam impulsionados pela facilidade logística, abrindo portas para novos investimentos e oportunidades de negócios.
Impacto Econômico e Desenvolvimento Regional
A chegada da Rota Bioceânica já tem um impacto direto nas cidades envolvidas. Porto Murtinho, por exemplo, viu um aumento no número de trabalhadores e movimentação no comércio local com a construção da ponte. A tendência é que, após a conclusão das obras, a cidade se torne um ponto estratégico para exportação e turismo.
Para Graciela Gonzáles, comerciante na cidade, a expectativa é de crescimento. “Escolhi Porto Murtinho porque a cidade é acolhedora. Montamos nosso comércio e fomos bem recebidos. Agora, com a ponte e a rota, esperamos mais oportunidades e um futuro ainda melhor”, afirma.
Gelson Aparecido de Oliveira, gerente de loja, destaca como a obra já vem mudando a realidade da região. “Desde o início da construção da ponte, mais pessoas vieram para a cidade, o comércio cresceu e a população se sente mais otimista. Quando tudo estiver pronto, o desenvolvimento será ainda maior.”
Já o empresário Marcos da Mata Souza acredita que o progresso está chegando com força. “Este é um sonho antigo que está se tornando realidade. A Rota Bioceânica trará prosperidade e oportunidades para todos nós.”
O Futuro da Integração Bioceânica
Com os investimentos em andamento e a Ponte Binacional avançando rapidamente, a expectativa é de que o Corredor Bioceânico de Capricórnio esteja completamente operacional até 2026. Além de um novo eixo logístico para exportação, a rota promete dinamizar a economia de Mato Grosso do Sul e do Brasil, conectando o país aos mercados globais com mais eficiência e competitividade.
A cada quilômetro concluído, a Rota Bioceânica se firma como um dos mais importantes projetos de integração da América do Sul, mostrando que o Brasil está pronto para liderar uma nova era de desenvolvimento econômico e estratégico no continente.