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Ataques de Abelhas: Especialista explica os perigos e como se proteger  

Médica de Campo Grande alerta para cuidados essenciais e dá dicas para evitar acidentes

 

Ataque de abelhas se torna frequentes em CAmapuã e região. Imagem/ Reprodução YouTube

Por Flávio Dias 

Os ataques de abelhas têm se tornado uma crescente preocupação em Camapuã e região, com três mortes registradas nos últimos meses. A doutora Stella Miranda, alergista e imunologista de Campo Grande, destaca os principais riscos e medidas de prevenção para evitar acidentes fatais.

Segundo a especialista, as abelhas pertencem ao grupo dos imenópteros, insetos que possuem ferrão com veneno capaz de desencadear reações tóxicas e alérgicas. “A reação tóxica ocorre pela quantidade de veneno injetada, como em ataques de enxames. Já a reação alérgica pode ocorrer com apenas uma ferroada e, em casos graves, levar à anafilaxia, com falta de ar, inchaço e queda de pressão arterial”, explica.

Pessoas que já sofreram ferroadas devem buscar acompanhamento médico, pois o risco de reações graves aumenta em novas exposições. A especialista recomenda evitar roupas escuras, perfumes adocicados e movimentos bruscos ao avistar abelhas. “Muitas vezes, a reação instintiva ao avistar um enxame agrava a situação, estimulando o ataque”, alerta.

Para alérgicos, é essencial um plano de emergência com medicamentos como antialérgicos, corticoides e broncodilatadores. “O mais importante é a adrenalina autoinjetável, que pode salvar vidas em casos graves. No Brasil, não está disponível comercialmente, mas pode ser importada com prescrição médica”, destaca a doutora Stella.

 

Alergista e imunologista, médica Stella Miranda explica sobre ataques de abelhas. Imagem/Arquivo pessoal

 

A imunoterapia surge como solução para pacientes alérgicos, reduzindo a sensibilidade ao veneno e minimizando reações futuras. “É uma estratégia eficaz para diminuir os riscos e evitar complicações mais graves”, acrescenta.

A advogada Patrícia Castro, moradora de Camapuã, conhece bem os riscos das picadas de abelha. Seu filho, Leonardo, de 11 anos, tem uma alergia grave ao veneno do inseto e já enfrentou uma reação alérgica severa durante uma viagem. “Ele foi picado por uma abelha que estava dentro de uma lata de refrigerante. No começo, apenas se coçava, mas logo começou a apresentar inchaço no rosto e dificuldade para abrir os olhos. Um salva-vidas percebeu a gravidade e o levou rapidamente para um posto de saúde, onde recebeu atendimento imediato. Descobrimos depois, com exames, que ele tem uma alergia extrema, muito acima do nível comum”, relata Patrícia.

Desde então, a família segue um plano de ação indicado pela doutora Stella Miranda, incluindo um kit de emergência e uma carteirinha de identificação da alergia. “Se ele for picado e não tomar a medicação correta a tempo, pode não conseguir chegar ao hospital. É uma situação muito séria. Agora, sempre carregamos o kit e seguimos as recomendações médicas para evitar riscos maiores”, afirma a mãe.

Novos casos

Com o aumento de casos fatais na região, especialistas reforçam a necessidade de conscientização. Pequenas atitudes e informação adequada podem salvar vidas e evitar tragédias causadas por ataques de abelhas.

No último dia 21 de fevereiro, um trabalhador rural morreu após um ataque de abelhas em uma fazenda na região de Coxim. A vítima, identificada como Antônio Satiro da Silva, de 69 anos, foi surpreendida pelos insetos ao encostar no enxame. Ele sofreu centenas de picadas pelo corpo e caiu no local. Os operadores da fazenda prestaram socorro e o levaram em uma caminhonete em direção ao hospital. No caminho, foram interceptados por uma viatura do Corpo de Bombeiros, que assumiu o resgate. Antônio foi encaminhado para o Hospital Regional de Coxim, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu pouco depois. A perícia não conseguiu determinar o número exato de picadas que ele sofreu.

Já na região de Figueirão, um homem morreu no dia 8 de janeiro após ser atacado por um enxame de abelhas em uma fazenda. Para tentar escapar dos insetos, ele se atirou em um lago próximo. Apesar de ter sido socorrido e levado ao Hospital Municipal da cidade, ele não resistiu e faleceu. Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a vítima deu entrada no hospital após o ataque, mas sofreu um choque anafilático não especificado, conforme informado pela equipe médica. No entanto, a possibilidade de afogamento também será investigada, já que ele entrou na água durante a fuga das abelhas.

Em Camapuã, nos últimos quatro meses, dois homens também morreram após serem picados por abelhas, reforçando a necessidade de prevenção e atenção diante do risco crescente de ataques desses insetos na região.

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