Expectativa é de que a carne de segunda fique mais barata, mas ainda não chegou ao consumidor.

A incerteza sobre o tarifaço em produtos brasileiros, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado os preços da arroba do boi em Mato Grosso do Sul. Em 16 dias, a arroba caiu R$ 17,24 para os frigoríficos, o que equivale a 5,69%, conforme dados da Granos Corretora.
No dia 9 de julho, quando foi feito o anúncio, o preço estava em R$ 302,89, e recuou para R$ 285,65 no dia 23 do mesmo mês. No dia 31 de julho, o produto estava cotado em R$ 293,04, queda de R$ 9,85.
A previsão era de que a medida entrasse em vigor nesta sexta-feira (1°), mas na noite de ontem (31), o governo americano decidiu adiar o prazo para o dia 7 de agosto.
Antes disso, após pressão de setores econômicos, os EUA pouparam 700 itens da lista, entre eles a celulose, ferro-gusa e a laranja. A carne, um dos principais produtos na balança comercial, foi mantida na tarifa.
Os percentuais variam de 10% a 41% conforme o país. No caso do Brasil, são 10% de tarifa-base com 40% adicionais para parte da pauta exportadora.
Segundo o presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frio, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Régis Comarella, a expectativa é de que a carne de segunda tenha queda para o consumidor.
“O mercado do boi teve queda na arroba, mas voltou a subir. No mercado interno, a carne deve ter redução de preço, principalmente a carne de segunda, que é exportada aos Estados Unidos. Ainda é cedo para dizer até que patamar pode baixar”, explicou.
Exemplo prático é em um açougue do Bairro Carandá Bosque, que ainda não reduziu o preço. O atendente Cauai Rigo explica que o valor ao consumidor continua o mesmo.
“Ainda não caiu. Quando saiu a notícia, houve uma pequena queda e depois restabeleceu. Na parte final ainda não caiu”, pontuou. No local, o quilo do patinho e do coxão mole está por R$ 52,90 cada e o quilo do coxão duro, R$ 49,90.
Exportações – Entre janeiro e junho, as exportações de carne bovina de Mato Grosso do Sul somaram US$ 758.930.305, com 145,9 mil toneladas. Em relação à carne enviada aos Estados Unidos, no mesmo período, foram US$ 315,5 milhões, aumento de 11,4% em relação ao ano passado.
As informações constam na Carta de Conjuntura do Comércio Exterior do mês de julho, divulgada pela Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Fonte: CampoGrande News