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Em noite épica, Operário vence o Ivinhema e conquista o bicampeonato sul-mato-grossense

Clube de Campo Grande confirma favoritismo, supera pressão em Ivinhema e levanta o 13º título estadual; final teve audiência histórica na TV Educativa

Por Kelly Ventorim
Imagem/Rogério Medeiros

No coração do Mato Grosso do Sul, onde o futebol pulsa nas arquibancadas de concreto e nos campos de terra batida, o domingo (6) foi de consagração para o Operário. O clube de Campo Grande venceu o Ivinhema por 1 a 0, no Estádio Saraivão, e levantou mais uma taça: o bicampeonato estadual, o segundo consecutivo e o 13º de sua história.

O gol do título foi marcado ainda no primeiro tempo, silenciando os mais de 5 mil torcedores que lotaram o estádio em busca de um milagre azul. A vitória reafirma o protagonismo do Galo na elite do futebol sul-mato-grossense e enterra de vez qualquer dúvida sobre a força do projeto que vem sendo construído no clube nos últimos anos.

Mas o que se viu em Ivinhema foi mais do que uma simples final. Foi um espetáculo de emoções, suor e estratégia. O jogo sintetizou toda a alma do estadual: a paixão de torcidas que atravessam cidades inteiras, o desafio logístico de um campeonato descentralizado e o talento bruto que insiste em florescer mesmo longe dos holofotes da grande mídia nacional.

Final carregada de expectativa

A cidade de Ivinhema amanheceu em clima de decisão. Com pouco mais de 20 mil habitantes, o município parou. Bares, comércios e escolas ajustaram horários. Crianças pintaram os rostos. A missão era clara: reverter o placar adverso do primeiro jogo, quando o Operário havia vencido por 1 a 0 em Campo Grande.

E o time da casa entrou em campo com essa energia. Nos primeiros 15 minutos, o Ivinhema pressionou alto, encurralou o Galo e criou chances reais. Mas parou em duas defesas espetaculares do goleiro Adilson, um dos heróis discretos da campanha operarianista.

Imagem/Rogério Medeiros

O Operário, experiente, soube sofrer. Ajustou linhas, rodou a bola, esfriou o jogo. Aos 32 minutos, a jogada decisiva: cobrança de escanteio precisa e cabeçada fulminante de Lucas Cardoso, estufando as redes e esfriando o estádio. O silêncio em Ivinhema foi tão marcante quanto o grito de gol vindo da capital.

Galo implacável

Com a vantagem ampliada, o time de Gerson Macedo fez valer a sua organização tática. Compacto, com posse consciente e uma defesa impenetrável, o Galo não deu espaços para a reação. O segundo tempo teve o Ivinhema mais nervoso do que criativo. Aos poucos, o tempo virou adversário, a ansiedade virou erro, e a taça foi escapando das mãos dos mandantes.

O apito final foi recebido com euforia pelos jogadores e com lágrimas por parte da torcida local. Se para o Operário era a coroação de um projeto, para o Ivinhema era o fim de um sonho, ainda assim celebrado como um renascimento. O clube do interior, que passou anos fora da elite, ressurge agora como um dos protagonistas do futebol estadual.

Mais que um título: um marco

A campanha do Operário foi praticamente irretocável. Foram 9 vitórias, 3 empates e apenas 1 derrota. A defesa sofreu apenas 5 gols em toda a competição, e o time mostrou maturidade em jogos grandes. O título garante vaga na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro, o que abre novas portas esportivas e financeiras para o clube.

Mas o que realmente chamou atenção nesta final foi o que aconteceu fora das quatro linhas.

Audiência que fez história

Transmitida ao vivo pela TV Educativa de Mato Grosso do Sul (TVE/MS), a final teve uma audiência surpreendente na internet. Segundo dados do YouTube, foram 34.692 visualizações, um número 16 vezes maior que o registrado na final de 2023.

Equipe da TVE responsável pela transmissão e cobertura.

O salto de audiência é reflexo de investimentos em tecnologia, na equipe, e o capricho com a cobertura dos bastidores, que ampliou a qualidade. Mudou a linguagem e transformou a transmissão num verdadeiro show.

A cobertura também contou com parcerias importantes com a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), com os clubes finalistas e com a empresa Kagiva, responsável pelas bolas oficiais do campeonato — uma união que fortaleceu o evento e valorizou ainda mais o futebol local.

O futebol sul-mato-grossense resiste — e cresce

A edição de 2025 do Campeonato Sul-Mato-Grossense termina como uma das mais emocionantes dos últimos anos. O equilíbrio entre as equipes, a força das torcidas e o aumento do interesse do público revelam um cenário em transformação.

Ainda longe das cifras milionárias dos grandes centros, o futebol do Mato Grosso do Sul se reafirma com suas próprias virtudes: identidade local, histórias potentes e paixão genuína.

Imagem/Rogério Medeiros

O bicampeonato do Operário não é apenas um título: é um símbolo de continuidade, planejamento e resistência. E para quem acompanha o estadual com olhos atentos, fica a sensação de que o futuro reserva jogos ainda maiores, torcidas mais engajadas e transmissões que fazem história.

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