Dívida de R$ 402 mil bloqueia compras e hospital tenta garantir insumos na Justiça

A Santa Casa de Campo Grande corre o risco de suspender o atendimento de hemodiálise para 87 pacientes devido a uma dívida de R$ 402.857,83 com a empresa fornecedora dos insumos essenciais para o tratamento. Além da hemodiálise, o hospital também enfrenta dificuldades para manter o estoque de produtos de nutrição enteral, agravando a crise.
A fornecedora, Laboratórios B Braun, bloqueou novas vendas ao hospital por conta da dívida. Para tentar reverter a situação, a Santa Casa entrou na Justiça solicitando que os insumos continuem sendo fornecidos sem a necessidade de quitar o débito imediatamente, comprometendo-se apenas a pagar à vista os novos pedidos. No entanto, mesmo após uma audiência de conciliação no dia 20 de março, ainda não houve acordo.
A Justiça, em uma decisão preliminar, não reconheceu urgência no pedido do hospital, o que levou a Santa Casa a recorrer a uma instância superior para tentar garantir os insumos. Segundo a instituição, os equipamentos de hemodiálise utilizados na unidade só funcionam com produtos exclusivos da B Braun, como filtros para fluido de diálise e cartuchos de bicarbonato de sódio. A falta desses insumos pode levar à paralisação imediata dos tratamentos.
Outro setor afetado é o Laboratório de Manipulação de Nutrição Parenteral do hospital, que depende de dez tipos de bolsas de nutrição e de um misturador específico. O equipamento utilizado no laboratório, cedido pela fornecedora em comodato, só opera com materiais fornecidos pela própria empresa.
Mesmo diante da crise, a Santa Casa informou, em nota, que “nenhum paciente está sem hemodiálise na instituição”, mas admitiu dificuldades financeiras que comprometem a manutenção adequada dos estoques. Como tentativa de negociação, o hospital depositou R$ 50 mil em juízo para garantir parte da aquisição dos insumos. No entanto, a empresa reforça que o fornecimento só será retomado mediante um pagamento expressivo para reduzir a dívida.
A situação segue indefinida e, sem uma solução rápida, os pacientes que dependem desses tratamentos correm o risco de serem prejudicados.
Fonte: Campo Grande News