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Camapuã e mais de 60% dos municípios de MS têm nomes de origem indígena

Cultura dos povos originários marca presença na geografia e na identidade sul-mato-grossense

Tradição tupi-guarani está presente na identidade do estado. Imagem.br/wp-admin/post-new.phpRedes sociais

Mato Grosso do Sul carrega em sua geografia e cultura a influência dos povos indígenas, e isso se reflete até mesmo nos nomes de seus municípios. Camapuã, por exemplo, tem origem tupi-guarani e significa “seios erguidos” ou “peito elevado”, nome que pode estar relacionado à geografia da região, possivelmente remetendo a elevações naturais. Assim como ele, 62% das cidades sul-mato-grossenses possuem denominações indígenas, totalizando 49 dos 79 municípios do estado.

Os nomes indígenas muitas vezes descrevem características naturais do local. Aquidauana significa “rio estreito”, Nioaque quer dizer “água que corre entre pedras”, e Itaporã pode ser traduzido como “pedra bonita”. Alguns nomes fazem referência à fauna e flora, como Caarapó (“raiz de erva-mate”) e Ivinhema (“rio das águas escuras”). Já Naviraí tem um significado poético: “rio das borboletas”.

Além da toponímia, a influência indígena segue viva em Mato Grosso do Sul, tanto na cultura quanto na presença das comunidades indígenas espalhadas pelo estado.

A professora de História Viviane Grance, que atua em Camapuã, compartilha a vivência da sua própria ancestralidade e a importância do reconhecimento dessa herança:

“Minha avó, meu avô, minha bisavó… todos falavam Guarani. Cresci ouvindo a língua e convivendo com práticas culturais indígenas, como o biju e o tereré. Quando cheguei a Camapuã, me deparei com a catira, muito presente aqui, e vi o quanto a influência indígena está viva na nossa cultura. Mas infelizmente ainda falta material didático sobre isso nas escolas, e muitos alunos não conhecem a fundo essa riqueza. Precisamos valorizar essa identidade que está presente em nomes, costumes e na própria história do nosso estado.”

Viviane também chama atenção para os preconceitos enfrentados pelas comunidades indígenas e a importância de garantir o respeito e a valorização de seus saberes:

“Muitos ainda veem os indígenas como um povo à parte, sem reconhecer suas contribuições e saberes. Um amigo indígena, que era cacique e cursava História, me disse o quanto era difícil para ele ver sua cultura sendo ignorada ou desvalorizada. E isso ainda acontece. Precisamos ter mais sensibilidade e abrir espaço para esse diálogo nas escolas e na sociedade, conclui a professora de história.”

Confira a lista dos municípios com nomes indígenas:
1.Camapuã
2.Aquidauana
3.Bandeirantes
4.Bela Vista
5.Brasilândia
6.Caarapó
7.Cassilândia
8.Chapadão do Sul
9.Corumbá
10.Costa Rica
11.Dourados
12.Figueirão
13.Iguatemi
14.Itaporã
15.Japorã
16.Jaraguari
17.Jardim
18.Mundo Novo
19.Naviraí
20.Nioaque
21.Nova Alvorada do Sul
22.Nova Andradina
23.Paranaíba
24.Pedro Gomes
25.Ponta Porã
26.Porto Murtinho
27.Rio Brilhante
28.Rio Negro
29.Rochedo
30.Sete Quedas
31.Sonora
32.Terenos
33.Três Lagoas
34.Vicentina
35.Angélica
36.Ivinhema
37.Maracaju
38.Mastros
39.Fátima do Sul
40.Coxim
41.Itaquiraí
42.Aral Moreira
43.Aparecida do Taboado
44.Amambai
45.Campo Grande
46.Bataguassu
47.Batayporã
48.Caarapó
49.Águas Claras
A forte presença dessas nomenclaturas reforça que a história dos povos originários segue viva no estado, registrada nos mapas e na identidade dos sul-mato-grossenses.

 

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