Alvinho, monitorado em Três Lagoas, escureceu a pelagem e melhorou sua camuflagem no Cerrado

O tamanduá-bandeira Alvinho, único albino da espécie monitorado no mundo, surpreendeu pesquisadores do Projeto Bandeiras e Rodovias, do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), ao apresentar uma mudança inesperada na cor da pelagem. Antes claro, ele agora tem pelos mais escuros, facilitando sua camuflagem no Cerrado de Três Lagoas (MS).
Na semana passada, a veterinária Grazielle Soresini e o biólogo Rodrigo Falcão visitaram Alvinho e notaram a transformação. “Foi marcante encontrá-lo com a pelagem muito escura”, relataram. Apesar da mudança, o tamanduá segue saudável, e seu colar de rastreamento está funcionando normalmente.
A coloração mais escura parece ser uma estratégia natural de proteção. Inicialmente, os pesquisadores temiam que o albinismo tornasse Alvinho mais vulnerável a predadores. No entanto, perceberam que ele adquire a tonalidade escura ao dormir diretamente no solo, o que melhora sua camuflagem.

Monitorado desde 2022, Alvinho nem sempre é facilmente avistado por estar em áreas de difícil acesso. Em novembro do ano passado, seu colar de rastreamento foi substituído para evitar o esgotamento da bateria. O ICAS desenvolveu um colete com radiotransmissor que não interfere no comportamento do animal, garantindo sua segurança na natureza.
Considerado um dos animais mais raros do Cerrado, Alvinho representa uma oportunidade valiosa para a pesquisa e conservação da espécie.