Diretor clínico do Hospital de Camapuã detalha os quatro níveis da prevenção e reforça que cuidar da saúde antes do adoecimento reduz riscos, evita complicações e promove qualidade de vida.

A medicina preventiva vem ganhando cada vez mais destaque nas discussões sobre saúde pública e cuidado individual. Diferente da medicina curativa, que atua somente após a instalação de uma doença, a prevenção tem como principal objetivo evitar o adoecimento, reduzir riscos e promover qualidade de vida.
“O foco da medicina preventiva é evitar o aparecimento de doenças, promover saúde e reduzir complicações futuras”, explica o Dr. Fernando Ribeiro, diretor clínico do Hospital de Camapuã.
Segundo ele, a prevenção pode ser compreendida em quatro níveis:
•Prevenção primária: busca impedir que a doença surja. Exemplos incluem vacinação, hábitos saudáveis de alimentação, prática de atividade física e acesso a saneamento básico.
•Prevenção secundária: identifica precocemente enfermidades, ainda em estágios iniciais. Exames como Papanicolau, mamografia, aferição de pressão arterial e controle de glicemia fazem parte desse processo.
•Prevenção terciária: atua quando a doença já está instalada, reduzindo complicações e sequelas. É o caso da fisioterapia pós-AVC, da reabilitação cardíaca e do controle rigoroso do diabetes.
•Prevenção quaternária: evita procedimentos e intervenções médicas desnecessárias, protegendo o paciente de riscos e efeitos adversos.

“O conhecimento desses níveis é fundamental para que cada pessoa compreenda onde pode atuar no cuidado com sua saúde. Essa consciência ajuda a organizar melhor o fluxo de atendimento e diminui a sobrecarga no sistema de saúde”, reforça o médico.
Um levantamento do Correio Braziliense apontou que 62,3% das pessoas que precisaram de atendimento primário no último ano não o buscaram, principalmente por medo de superlotação, demora ou burocracia. Para o Dr. Fernando, esse dado mostra um alerta: “Muitos pacientes acabam procurando ajuda quando a doença já está avançada. Se mais pessoas buscassem a atenção primária, evitaríamos agravamentos, internações e até óbitos que poderiam ser prevenidos”.
Além disso, a medicina preventiva não se restringe a consultas e exames. Ela também envolve educação em saúde, políticas públicas e a responsabilidade individual de adotar hábitos saudáveis. “Prevenir é sempre mais fácil e menos doloroso do que remediar. O cuidado diário com a alimentação, a prática de exercícios e o acompanhamento médico regular fazem toda a diferença para termos uma população mais saudável”, conclui o Dr. Fernando.