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Homem infarta e família paga R$ 1 mil por ambulância para não vê-lo morrer em Campo Grande

Samu estava sem viatura para realizar o transporte da vítima até a Santa Casa; além da ambulância, os amigos também precisaram comprar remédio em falta no posto de saúde

O caso aconteceu na UPA Nova Bahia / Repórter Top

Um possível caso de negligência no atendimento emergencial gerou revolta em uma moradora de Campo Grande. Ela contou para o TopMídiaNews que seu esposo deu entrada na UPA do Nova Bahia por volta das 11h30 da manhã, com fortes dores no peito. Mesmo após insistentes queixas, o eletrocardiograma só foi realizado mais tarde, com o resultado apontando que ele estava sofrendo um infarto.

Apesar da urgência do quadro, a unidade não possuía a medicação essencial para evitar que o homem pudesse vir a óbito: o anticoagulante Androgel. Sem alternativa, um amigo da família precisou correr até uma farmácia e comprar o remédio com recursos próprios para garantir que o paciente tivesse chances de sobreviver. “É revoltante. A gente procura socorro e tem que comprar o remédio para salvar a vida da pessoa, porque o posto não tem”, desabafa a esposa.

Mesmo após a confirmação do infarto, o paciente precisou aguardar horas até ser levado para a Santa Casa. A transferência foi autorizada apenas por volta das 15h, e ele foi mantido na Ala Vermelha da UPA, sem a possibilidade de ser transferido, pois o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estava sem viatura disponível.

Sem recursos, mas desesperados, os familiares contrataram uma ambulância particular, pagando R$ 1.026, após mais de 40 minutos de negociação e espera. “A gente está numa crise, tudo apertado, e ainda tem que desembolsar mais de mil reais para não deixar a pessoa morrer esperando. Isso é desumano”, relata.

O paciente só conseguiu chegar à Santa Casa por volta das 20h, onde passou por procedimento de cateterismo na manhã seguinte, já com o quadro clínico agravado. Segundo a esposa, a situação poderia ter sido ainda mais trágica, caso a família não tivesse agido por conta própria. “A saúde pública está em colapso”, afirma.

Ela também conversou com profissionais de saúde que relataram falta de medicamentos até mesmo no Hospital Universitário (HU), considerado referência no atendimento na Capital. “Se você tiver um problema de saúde, o único lugar onde você vai encontrar o remédio é na farmácia. No hospital, eles não têm o que te oferecer.”

A moradora também criticou o atendimento de alguns profissionais da saúde que, segundo ela, agem com descaso, frieza e sem empatia com pacientes em situações críticas. “A pessoa já chega mal e ainda tem que lidar com atendimento azedo. Tem profissional que parece que trabalha só por dinheiro. Isso piora o estado de qualquer um”, finaliza.

A reportagem procurou a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde), mas até a publicação desta matéria não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.

Fonte: TopMidia News

 

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