Inquérito sobre a morte da criança foi encaminhado ao Judiciário com provas de abuso sexual e maus-tratos
O inquérito policial que investiga a morte da criança, de apenas 1 ano e 9 meses, foi concluído pela Polícia Civil de Camapuã e encaminhado à Justiça. A investigação confirmou que a menina foi estuprada, e o principal suspeito é o próprio pai, um homem de 28 anos, que já está preso preventivamente. A mãe também foi indiciada, acusada de maus-tratos. As informações foram apuradas pelo Jornal Correio do Estado.
Segundo o delegado Matheus Alves Vital, responsável pelo caso, exames necroscópico e sexológico apontaram os sinais do abuso sexual, além de indicarem que a causa da morte foi asfixia mecânica por sufocação direta. A menina utilizava uma traqueostomia por conta de problemas respiratórios crônicos, e uma obstrução na cânula teria impedido a passagem de ar, levando à morte por insuficiência respiratória.
A criança morreu no último dia 9 de julho, após dar entrada no Posto de Saúde de Camapuã em estado grave. Durante o atendimento, os profissionais de saúde identificaram lesões compatíveis com violência sexual e acionaram a polícia.
Pai confessou o crime
Durante depoimento, o pai confessou o estupro da filha na noite anterior à sua morte. Ele relatou que, enquanto estava na casa de uma prima, teria se deitado com os filhos e a ex-companheira, e aproveitou-se do momento em que a mãe não conseguia enxergar o que acontecia para abusar da criança. Ele ainda alegou que foi vítima de abusos sexuais na infância e que “não conseguiu conter seus impulsos”.
A versão apresentada por ele causou revolta. O homem alegou necessidade de tratamento psicológico e justificou o crime com base em traumas passados, o que não impediu sua prisão em flagrante, que foi convertida em prisão preventiva.
Negligência e omissão
A criança havia sido internada em Campo Grande no dia 28 de junho, no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP), com infecção na traqueostomia e pneumonia. De acordo com a unidade, foram encontrados piolhos e larvas na região do tubo respiratório. A equipe médica realizou cirurgia para limpeza e troca da cânula, e a criança teve alta no dia 8 de julho, retornando para Camapuã.
No dia seguinte, por volta das 9h, a vítima deu entrada no posto de saúde do município já em estado crítico. Mesmo com os esforços da equipe, ela não resistiu.
O Conselho Tutelar informou que foi notificado da situação apenas em 7 de julho, dois dias antes da morte, e que não houve tempo hábil para uma intervenção, já que o caso ainda estava sob acompanhamento hospitalar em Campo Grande. O Conselho afirmou ainda que a família já havia sido acompanhada em 2023, mas que o caso foi suspenso após a mudança da família para o município de Jardim.
Irmão mais velho foi acolhido
O irmão mais velho da vítima, de 2 anos e 9 meses, foi retirado do convívio familiar logo após a morte da irmã e acolhido por outra família, por meio do programa Família Acolhedora. A medida foi determinada diante do “risco de vulnerabilidade social e suspeita de abuso”, segundo os documentos aos quais o Correio do Estado teve acesso.
O caso agora está sob segredo de Justiça.
Revolta e protestos
A população de Camapuã demonstrou profunda indignação diante do crime. Houve protestos em frente à casa da família, e a mãe da criança precisou ser escoltada pela Polícia Militar para evitar agressões.
O NavegaMS acompanha o desenrolar do processo e continuará cobrindo cada etapa judicial com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Acho que a foto deste homem deveria ser divulgada talvez ele não fez isso só com os filhos e sim com outras crianças também ele já está preso né então seria bom divulgar a foto deles da mãe também para quem não conhece