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Enquanto você posta selfie, a inteligência artificial já está escrevendo o futuro no seu lugar

Nova inteligência artificial da Meta entende textos, vídeos, sons e imagens, enquanto o debate sobre seus impactos segue ignorado.

Imagem/Reprodução IA
Por Kelly Ventorim

Enquanto você responde stories no Instagram ou briga por política no WhatsApp, um novo modelo de inteligência artificial acabou de ser lançado — e ele é tão avançado que pode entender imagens, vídeos, textos e até sons. Sim, tudo ao mesmo tempo. O nome da fera? LLaMA 4, da Meta, a dona do Facebook, Instagram e WhatsApp.

Esse novo modelo não é só mais uma IA para brincar de chatbot. Ele é multimodal, ou seja, consegue interpretar e interagir com múltiplos formatos de informação. Isso significa que ele pode, por exemplo, assistir a um vídeo, entender o contexto, responder perguntas sobre ele e ainda gerar um roteiro melhor do que muitos roteiristas por aí. E mais: ele é código aberto, ou seja, está nas mãos de qualquer desenvolvedor do planeta.

Estamos dormindo enquanto a IA toma conta
A questão não é mais se a inteligência artificial vai transformar o mundo. Ela já está transformando. A pergunta é: você está prestando atenção nisso?

Com a nova geração de IA, empresas estão acelerando processos, substituindo profissionais e reformulando rotinas. Da criação de conteúdo à tomada de decisões estratégicas, tem IA em tudo — e a maior parte das pessoas nem sabe disso.

O problema é que, enquanto a tecnologia avança em velocidade de foguete, o debate público caminha a passos de tartaruga. Pouco se discute sobre regulação, ética, responsabilidade e, principalmente, sobre quem vai pagar o pato quando empregos forem extintos ou quando decisões forem tomadas por máquinas sem transparência.

O que diz a lei? Quase nada. Um estudo da FGV mostrou que a maioria das plataformas de IA no Brasil não cumpre sequer a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Ou seja: coletam dados, processam, armazenam e tomam decisões automatizadas sem explicar exatamente como, por quê ou com que respaldo.

Na prática, estamos alimentando um sistema que sabe cada vez mais sobre nós — enquanto nós sabemos cada vez menos sobre ele.

E o brasileiro? Ainda achando que é coisa de gringo. Acha que esse papo todo é “coisa do Vale do Silício”? Pois saiba que, enquanto você lê este texto, empresas brasileiras já estão testando esses modelos para automatizar atendimento, criar campanhas, gerir estoques, editar vídeos, escrever colunas de jornal e até redigir projetos de lei.

Sim: a inteligência artificial já está legislando, julgando, diagnosticando e contratando. E você ainda discutindo se vale a pena fazer um curso de Excel.

Não é sobre o futuro. É sobre agora. O lançamento do LLaMA 4 escancara uma verdade incômoda: a inteligência artificial não é mais uma promessa distante. Ela é presente, poderosa e politicamente negligenciada. Se continuarmos olhando para o lado, vamos acordar num mundo onde decisões importantes são tomadas por algoritmos — e sem ninguém ter autorizado isso.

Ou a gente acorda e participa, ou vamos apenas assistir — e sermos assistidos — por máquinas.

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