Pouco mais de um século após marginalização, força do samba é celebrada como um dos símbolos da cultura brasileira

Em uma cidade marcada pelo protagonismo do sertanejo, o Dia do Samba, celebrado neste 2 de dezembro, ganha um significado especial para quem insiste em manter vivas as rodas, o banjo, o pandeiro e a memória de um gênero que molda a cultura brasileira. Em Campo Grande, nomes como o grupo Top Samba e as irmãs do Sampri são exemplos de resistência, pioneirismo e renovação.
Para Vini Barreto, do Top Samba, a data sempre foi marcada por sentimentos misturados. Tocando pagode desde 2006, ele lembra que as referências da época – como Jeito Moleque e Inimigos da HP – eram frequentemente desacreditadas por quem defendia uma visão mais tradicional do gênero. Comentários como “isso não é samba” eram comuns. A virada de chave veio com uma frase do cantor Ferrugem: “Tudo é samba. Tudo veio do samba.”
O músico explica que essa compreensão o fez enxergar seu espaço na cena. “O pagode só existe porque antes veio o samba. Do samba surgiram tantas vertentes, e isso me trouxe conforto para reconhecer que faço parte do samba”, afirma. Em um estado onde o sertanejo dita tendências, estar há 19 anos em evidência é motivo de orgulho. Segundo ele, o grupo se mantém relevante por se reinventar e se conectar com a juventude. “Tudo que eu tenho devo ao Top Samba e, consequentemente, ao samba”, diz.
Fonte: topmidianews