Neste artigo, Phil Edwards, cientista sênior do Australian Telescope National Facility (CSIRO), conta os bastidores de projeto que utiliza ondas de rádio para buscar sinais de vida em outras galáxias
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Em fevereiro de 1995, uma pequena organização de pesquisa chamada Instituto SETI lançou o que, na época, era a busca mais abrangente por uma resposta para uma questão que intriga a humanidade há séculos: estamos sozinhos no universo?
Neste ano, completa-se o 30º aniversário das primeiras observações astronômicas realizadas para essa busca, nomeada Projeto Phoenix. As observações ocorreram no Observatório Parkes, em território Wiradjuri, no centro-oeste de Nova Gales do Sul, na Austrália – lar de um dos maiores radiotelescópios do mundo.
Mas o Projeto Phoenix teve sorte de sair do papel
Três anos antes, a NASA havia iniciado um ambicioso programa de busca por inteligência extraterrestre (SETI), com duração prevista de uma década e um orçamento de US$ 100 milhões. No entanto, em 1993, o Congresso dos Estados Unidos cortou todo o financiamento devido ao crescente déficit orçamentário do país. Além disso, céticos no Congresso ridicularizaram a iniciativa como uma busca improvável por “homenzinhos verdes”.
Felizmente, o Instituto SETI conseguiu arrecadar doações privadas suficientes para reativar o projeto – e assim o Projeto Phoenix renasceu das cinzas.
Ouvindo sinais de rádio
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Se existe vida em outro lugar do universo, é natural supor que tenha evoluído ao longo de milhões de anos em um planeta orbitando uma estrela de longa duração, semelhante ao nosso Sol. Por isso, as buscas do SETI geralmente miram as estrelas mais próximas com características parecidas com as do Sol, ouvindo sinais de rádio que podem estar sendo enviados intencionalmente para nós ou que sejam techno-assinaturas (ou techno-marcadores) – emissões de rádio produzidas por tecnologias de uma civilização avançada.
As techno-assinaturas se concentram em uma faixa específica de frequências e são geradas por tecnologias que uma civilização avançada, como a nossa, poderia usar.
Os astrônomos utilizam ondas de rádio porque elas podem atravessar nuvens de gás e poeira da nossa galáxia e viajar grandes distâncias sem exigir um nível excessivo de potência.
Fonte: G1