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Menino de 3 anos morre após picada de escorpião no Paraná; família denuncia falhas no atendimento

Bernardo Gomes de Oliveira foi transferido duas vezes para receber o atendimento necessário, mas morreu na segunda-feira

Bernardo, de 3 anos, foi picado enquanto vestia um sapato
Foto: Reprodução/TV RPC

Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, morreu após ser picado por um escorpião-amarelo em Cambará, no norte do Paraná. Os pais, Márcio Oliveira e Bianca Gomes, relataram à RPC que a casa onde vivem é cercada por terrenos vazios e com muito mato, o que, segundo eles, favorece a presença do animal peçonhento.

Na manhã de domingo, 13, Bernardo foi até a área externa da residência para calçar um par de sapatos. Ao colocá-los, foi picado pelo escorpião que estava escondido em um deles. Por causa da dor, o menino correu para dentro de casa, gritando.

O escorpião foi encontrado posteriormente embaixo de um tapete dentro da casa.
Segundo o pai, essa não foi a primeira vez que a família encontrou escorpiões no local –outros dois casos parecidos já haviam ocorrido.

Os pais correram para buscar atendimento médico imediato. De acordo com Bianca, apenas dez minutos se passaram entre a picada e a chegada ao Hospital Municipal de Cambará.

“Passaram soro para dor, porque aqui em Cambará, infelizmente, não tinha o soro antídoto [antiescorpiônico]”, afirmou a mãe.

O hospital então informou à família que seria necessário transferir Bernardo para a Santa Casa de Jacarezinho, onde haveria o soro específico. Uma ambulância foi solicitada, mas a demora já superava 30 minutos. Nesse intervalo, o quadro do menino se agravou. Ele passou a vomitar e a apresentar dificuldade para respirar.

 

“Acho que já estava atacando o coração dele, o veneno”, relatou Bianca.

Diante da demora, o SAMU foi acionado para realizar a transferência. O trajeto de cerca de 20 quilômetros até Jacarezinho foi finalmente realizado, mas, ao chegar à Santa Casa, os pais receberam uma nova frustração.

“O meu menino precisava de seis ampolas, pelo que escutei lá. E lá só tinha cinco. Ele tomou o que tinha lá”, contou Bianca.

 

Além da insuficiência de antídoto, a família também relatou lentidão no atendimento prestado pela equipe médica. Com a piora do estado de saúde, Bernardo precisou ser transferido novamente, dessa vez de helicóptero, para o Hospital Universitário de Londrina.

“Ele era um menino saudável. Sabe aquela criança que corre, cai, levanta e dá risada? Ele era uma criança independente. […] Para você ter uma noção, o tênis que ele pegou estava muito no alto, mais de um metro e meio de altura. Eu não sei falar para você como é que ele conseguiu pegar aquele tênis”, lembrou Bianca.

Márcio, o pai, relatou, entre lágrimas, as palavras do filho antes de falecer: “Não quero morrer, pai.” Bernardo não resistiu e morreu na segunda-feira, 14.

Em nota ao Terra, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) declarou: “A responsabilidade pela aquisição e distribuição dos antivenenos é do Ministério da Saúde.

A armazenagem no Paraná acontece nas Regionais de Saúde, que têm estoque para atender as demandas. Quando é registrado um caso que necessite do insumo, o município deve acionar a Regional de Saúde para atendimento imediato.’

Ainda segundo a SESA, no caso específico de Bernardo, a 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho, que fica a apenas 20 minutos do hospital de Cambará, não foi acionada nem pelo Hospital Municipal de Cambará nem pela Santa Casa de Jacarezinho.

A secretaria informou ainda que uma investigação foi iniciada para apurar o ocorrido.

A reportagem procurou a Prefeitura de Cambará e o Hospital Santa Casa de Jacarezinho para esclarecimentos, mas não obteve retorno até a publicação.

Fonte: Redação Terra

 

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