Grupo protestou em frente a uma casa onde acreditavam que a mãe da criança estaria escondida. Polícia foi acionada para conter ânimos exaltados

Na tarde desta sexta-feira (11), um grupo de manifestantes — em sua maioria mulheres — se reuniu na rua Tocantins, no bairro Vila Industrial, em Camapuã (MS), para protestar contra a morte da bebê de 1 ano e 9 meses, ocorrida na última quarta-feira (9). A criança foi vítima de abuso sexual, conforme a Polícia Civil, e o principal suspeito é o próprio pai, de 28 anos, que confessou o crime e foi preso em flagrante.
Com cartazes, gritos e palavras de ordem, o grupo exigia justiça e punição exemplar para os envolvidos no caso que chocou o município. A manifestação aconteceu em frente a uma residência onde, segundo os manifestantes, a mãe da criança estaria escondida — apesar de não haver confirmação oficial.
A mãe da menina, inicialmente ouvida como testemunha, está sendo investigada por suspeita de omissão. Relatos apontam sinais de maus-tratos e negligência nos dias que antecederam a morte da criança.
O caso está sob responsabilidade da Polícia Civil de Camapuã, que já instaurou inquérito para apurar todas as circunstâncias da morte da criança. As investigações estão em fase inicial, e as autoridades seguem colhendo depoimentos e reunindo provas para esclarecer os fatos e apontar possíveis responsabilidades.
A Polícia Militar foi acionada para acompanhar o protesto e garantir a segurança da casa e dos moradores da região. O comandante do Batalhão da PM em Camapuã, Tenente Faria, conversou com a reportagem do NavegaMS e reforçou a importância de se evitar qualquer tentativa de justiça com as próprias mãos, lembrando que isso também configura crime.
“Nosso papel aqui é garantir que ninguém seja linchado, que nenhuma casa seja invadida e que a lei seja cumprida. Entendemos a dor e a revolta da população, mas é fundamental respeitar os trâmites legais”, disse o tenente Faria à nossa equipe.
A equipe do NavegaMS esteve no local durante toda a manifestação, ouviu os manifestantes e a Polícia Militar, e, após a repercussão da reportagem, o grupo concordou em encerrar o protesto de forma pacífica. Segundo eles, a visibilidade do caso na imprensa local é uma forma de pressionar por justiça e garantir que o caso não seja esquecido.
“A gente vai parar agora porque a cidade inteira já sabe. A imprensa veio, ouviu a gente, e agora esperamos uma resposta das autoridades”, disse uma das participantes.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Camapuã. A avó da criança e outros familiares foram procurados pela nossa equipe, mas preferiram não se manifestar neste momento de dor.
O NavegaMS segue acompanhando os desdobramentos desse caso e reforça seu compromisso com a informação responsável e a escuta das vozes da comunidade.