Titular da delegacia, Elaine Benicasa colocou cargo à disposição após conversar com DGPC Lupércio Degerone
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As duas delegadas da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Campo Grande que atenderam a jornalista Vanessa Ricarte horas antes do seu feminicídio pediram para deixar a unidade após repercussão do atendimento à jornalista, morta pelo noivo a facadas.
Também a titular, Elaine Benicasa, colocou o cargo à disposição até que as investigações sejam concluídas na Casa da Mulher Brasileira. A informação foi dada em reunião sobre o assunto, na Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (18).
De acordo com o deputado Coronel David, o secretário da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), Carlos Videira, após reunião a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, e a delegada Riccelly Maria Albuquerque Donhas, que registrou o boletim de ocorrência feito por Vanessa horas antes da morte, confirmou que a delegada pediu para sair da unidade após a repercussão dos áudios da vítima.
Em áudios gravados pela jornalista Vanessa Ricarte antes de morrer, uma delegada teria dito para ela mesma ligar para Caio, pedindo que ele deixasse a sua residência. Trata-se de Lucélia Constantino, também em estágio probatório, que teria feito o atendimento à Vanessa quando ela foi buscar a medida protetiva expedida pela Justiça naquela tarde.
Mas ao chegar em casa, apenas com um amigo e sem a polícia, Vanessa foi morta com três facadas por Caio Nascimento. Em entrevista coletiva, a delegada titular da Deam, Elaine Benicasa, disse para toda imprensa campo-grandense que teria oferecido escolta, mas a jornalista teria ‘rejeitado’.
Benicasa colocou o cargo à disposição após conversa com o DGPC (Delegado Geral da Polícia Civil de MS), Lupércio Degerone. O Jornal Midiamax tentou contato com as três delegadas, mas apenas Riccelly Donhas atendeu. Ela informou que não se manifestaria sobre o caso.
Quem mandou a jornalista ‘conversar’ com assassino horas antes do crime?
O que a Polícia Civil ainda afirma, desde coletiva de imprensa realizada na Deam após a morte de Vanessa, é que a vítima procurou a delegacia mais de uma vez. Ou seja, teria registrado o boletim de ocorrência de madrugada e voltado na delegacia à tarde.
No entanto, não foi apresentado até o momento documento oficial que comprove que Vanessa buscou a delegacia à tarde ou o que ela solicitou. Assim, enquanto as autoridades se calam, o episódio segue nebuloso.
Também não há registro sobre qual delegada teria destratado a jornalista, que em áudio enviado pelo WhatsApp retrata o horror que passou no atendimento momentos antes de ser assassinada.
O Conselho de Ética da Adepol-MS, bem como a diretoria, se mantêm calados sobre a apuração das supostas falhas operacionais e técnicas que podem ter sido cometidas no episódio.
Também não se comentam os questionamentos sobre como delegadas apontadas como inexperientes, que ainda estão no estágio probatório, deixaram o interior e chegaram até a Deam, delegacia especializada que exige experiência e vocação, segundo delegadas mesmo disseram ao Jornal Midiamax.
Fonte: Midiamax